terça-feira, 5 de maio de 2009

PAZ NO TRÂNSITO

Alunos, na pista simulada, aguardando para atravessar a faixa.

Juliano Nunes
Alexandre Cabral
Sergio Santana


UM ESPETÁCULO SOBRE TRÂNSITO


O projeto “Circo Transitando Legal”, criado pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte – BHTRANS –, existe desde 1999, em caráter itinerante. Em 2000, ganhou um espaço físico permanente na sede da empresa, no bairro Buritis, região Centro-Sul da capital. De acordo com o representante da BHTRANS, Cesar Teixeira Lopes, a procura das escolas é grande e há muitas esperando para participar do projeto.

Semanas antes das apresentações, acontecem reuniões entre funcionários da BHTRANS e professores da escola participante. Nos encontros são definidas condutas e pré-ensinamentos para as crianças, visando um trabalho preparatório. “Este primeiro contato serve para que a equipe do projeto e as professoras se conheçam”, concluiu Cesar Teixeira.

Assim que chegam ao local, as crianças avistam um conjunto via/faixa/sinal, em escala real. Ao desembarcarem, elas recebem o primeiro aprendizado: respeitar e atravessar, junto com os monitores, no momento certo. “É sempre um desafio trabalhar com as crianças. Elas são curiosas e aprendem rapidinho”, afirmou Francisco de Assis, um dos monitores do projeto, cercado pelos alunos.

Sob a lona, uma peça circense é apresentada aos estudantes. Para a professora da Escola Estadual “Amelia Josefina”, Maria Auxiliadora, uma das maneiras mais eficientes para ensinar as crianças é através de atividades lúdicas. “Elas brincam, riem, se divertem e aprendem com todo este cenário montado para elas”, justificou. Durante o espetáculo, são abordados temas como: uso do cerol em pipas e papagaios, utilização do cinto de segurança, lixo nas ruas e travessia na faixa de pedestres.

As apresentações são realizadas por oito meninos de 16 a 18 anos que formam o grupo de palhaços e malabaristas, selecionados pela Associação Municipal de Assistência Social – AMAS –. Eles vivem em áreas de risco da capital e, ao completarem 18 anos, são transferidos para outras áreas da BHTRANS – geralmente como office boys –, para continuarem empregados e com carteira assinada. “Trabalhar aqui é muito bom. Ver o sorriso das crianças, ensinar e depois ser contratado com carteira assinada nos estimula a fazer cada dia melhor”, enfatizou Carlos Almeida, um dos adolescentes beneficiados pelo projeto.

Público atento durante a apresentação



CAMPANHAS PARA UM TRÂNSITO MELHOR


Além do “Circo Transitando Legal”, voltado para crianças e adolescentes, futuros motoristas, várias campanhas são desenvolvidas pela BHTRANS junto aos que já dirigem pelas vias da capital. O gerente da companhia, Cesar Teixeira, destaca os projetos "O Amigo da Vez", "Álcool X Trânsito”, "Agente de Trânsito - Conte com a Gente", "Celular: não Fale no Trânsito", "Álcool e Direção: Não Perca o Melhor da Festa, se Beber não Dirija", "Respeitar a Faixa de Pedestre, um Negócio da China", "Volta às Aulas" e "Paz no Trânsito". “Precisamos orientar e conscientizar a quem vai dirigir no futuro e aos condutores do presente. È melhor do que multar”, acrescentou Teixeira.



A empresa que gerencia o trânsito de Belo Horizonte ainda participa no planejamento e apoio do evento "Na Cidade sem meu Carro", realizado anualmente no dia 22 de setembro. Trata-se de um acontecimento do qual participam centenas de cidades da Europa e América Latina. Desde 2000, a BHTRANS apóia a iniciativa. Teixeira justifica a presença da companhia no projeto devido ao fato de ele beneficiar também o meio ambiente. “Este projeto é muito importante porque acontece em âmbito mundial. Todos somos responsáveis por um pouco da poluição atmosférica e precisamos colaborar também”, enfatizou.

Nos últimos 10 anos, a frota de veículos de Belo Horizonte cresceu 552%, atingindo cerca de 1,1 milhão de unidades, segundo dados da BHTRANS. Na área central, entre as 6 e as 20h, o fluxo de carros aumentou 20,7%. Ainda de acordo com a empresa, a circulação de automóveis aumentou rapidamente em detrimento da velocidade média, que caiu significativamente. “Com um quadro como este, é fundamental que a empresa responsável pelo gerenciamento do trânsito da capital faça sua parte e trabalhe com qualidade e rapidez. O cidadão paga impostos e precisa ter garantida sua liberdade de circulação”, conclui César Teixeira.


Artista durante o espetáculo


Entrevista


O analista de Relações Comunitárias da Gerência de Educação para o Trânsito – GEDUC –, Ronaro Ferreira, fala sobre o trânsito em Belo Horizonte. A GEDUC é o setor da BHTRANS responsável pelos projetos voltados para educação nas vias públicas da capital.


Como definir o trânsito atual?

Ronaro Ferreira: O trânsito acontece em espaço público, e as pessoas precisam negociar a utilização deste espaço. Esta negociação nem sempre acontece numa boa. Muitas vezes ela é feita de forma conflitiva, e nem sempre de igual para igual.
Então, vamos pensar, qual é o meio de transporte que transporta maior número de pessoas?

Seria o ônibus, em vias públicas?

RF: 42% da população se locomovem no ônibus, 27% andam em automóveis, 3% andam em motocicletas, se tivéssemos que definir uma pista exclusiva para meio de transporte, qual mereceria receber essa pista?

O ônibus, que seria o transporte público.

RF: Na prática onde existe pista exclusiva para ônibus, por exemplo, na avenida Amazonas, na avenida Paraná, na avenida Santos Dumont... e ela (pista exclusiva) não tem sido respeitada pelo pessoal do automóvel... Cada um acha que ele tem preferência, que a prioridade é dele. Então é ele que está no automóvel dele, é ele quem paga imposto e ele então pode andar naquela rua. Mas ele não pensa que os 42% que estão no ônibus também pagam imposto.

O que seria a violência no trânsito?

RF: A primeira coisa que ficou muito clara, é que essa coisa que chamam de acidentes de transito, e que não é acidental, isso é violência, isso gera lesão, gera morte e dano material. Então acidente de trânsito é violência. Atualmente no Brasil você tem praticamente o mesmo número de morte por de arma de fogo e de acidente de transito. Mas acho que a violência não acontece só quando você chega ao extremo de se machucar e ir parar num hospital. Quando uma pessoa quer atravessar uma rua e não consegue porque o automóvel não deixa, quando alguém quer tentar estacionar o carro e não consegue, porque o estacionamento está lotado, isso também é violência. A violência no trânsito aparece num modo mais sutil. Quando você sai de casa e encontra o ar da rua todo poluído, alguém jogou aquela poluição para você respirar. Aquela cidade deveria ser para todas as pessoas. Mas o que acontece muitas vezes é que o planejamento da cidade é feito para que você tenha a fluidez do automóvel. Estou falando das cidades em geral. É que aqui em Belo Horizonte algumas vezes conseguimos colocar as pessoas em primeiro lugar, e outras o automóvel.

Onde você vê a paz no trânsito?

RF: Quer um exemplo de lugares onde você tem um trânsito mais pacífico? Dentro de Condomínios. Porque lá é deles. Existe uma proximidade do morador com o espaço. Aquele espaço é deles e aquele espaço é bem tratado. Agora quando ele sai dali e vai para uma grande avenida no centro da cidade, aquele espaço não é dele. A prefeitura tem que cuidar daquele espaço para ele, ele não tem compromisso em garantir a qualidade de vida da avenida Afonso Pena, ele garante a qualidade de vida do condomínio dele. Na verdade estamos num processo de individualismo muito grande. Cada vez o comunitário vale menos e o indivíduo vale mais. Acho que a paz vai acontecer quando as pessoas conseguirem conviver sem estar disputando.

2 comentários:

  1. Tema: TRÂNSITO
    Adequação à Pauta (5): 5
    Abordagem (5): 5
    Adequação à Norma Culta (5): 3
    Copy do outro texto: FAVELA (10): 10
    Observações
    -Prefiram os parêntesis: “– BHTRANS –“;
    -Usem uma vírgula para separar o adjunto: “Nos encontros, são”;
    -O ideal é dar um sobrenome pra Maria Auxiliadora;
    -Desnecessários os dois pontos: “como: uso do cerol”;
    -Checar a grafia das siglas;
    -Corrigir regência: “Precisamos orientar e conscientizar quem vai dirigir no futuro e os condutores do presente”;
    -Rever acentuação: “apóia a iniciativa”;
    -Rever repetição”aumentou”;
    -Recorrer: “Então, vamos pensar, qual é o meio de transporte que transporta maior número de pessoas?”;
    -Sugiro a troca da vírgula por um ponto final, seguido de maiúscula: “motocicletas, se”;
    -Pontuação: “Na prática, onde”;
    -Rever a repetição do pronome pessoal e do relativo: ELE e DELE;
    -Retirar a vírgula: “A primeira coisa que ficou muito clara, é que”;
    -Acentuação: trânsito;
    -Atenção: reeditar o ping-pong.
    Nota Total (25): 23

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  2. esse circo ensina muito as criança mas acho k deveria ter mais espeços para os artistas ensaiasen e se dedicar mais

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