segunda-feira, 4 de maio de 2009

Paz no hospital

Em busca da paz
A luta contra o câncer


Por Flávia Flores e Renato Morais

Paz [ Do latim pace ], 1. Ausência de lutas, violências ou perturbações
sociais, harmonia (...) 2. Ausência de conflito entre pessoas, entendimento
(...) 3. Ausência de conflitos íntimos; tranqüilidade de alma; sossego
(...)
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1989)



A palavra paz, derivada do latim pace, é apresentada no dicionário com inúmeros significados, ora coletivos, ora individuais, mas sempre com o mesmo sentido, sentido de paz.
Que paz é essa que a humanidade tanto busca? Seria a paz entre as nações, a paz entre as famílias, talvez seja a paz entre os homens e a natureza, ou paz consigo mesmo?
O ser humano vive em constante luta pela sobrevivência, lutamos uns com os outros, com a nossa mente e principalmente contra o nosso corpo, mas será possível encontrar e estar em paz diante dos conflitos, lutas e perturbações?
No caso do câncer, uma doença terrível, há uma grande luta contra o tempo, contra a mente, contra o corpo, sempre em busca da paz.
O câncer consiste em alterações celulares, sendo que tais alterações podem ser diagnosticadas antes da sintomatologia clínica, ou seja, antes do aparecimento de sintomas. Quando o diagnóstico é realizado precocemente, através de exame de tomografia, ou no caso do câncer de mama, através da mamografia é possível conseguir a cura em quase 100% dos casos. (Dados da OMS – Organização Mundial de Saúde)

O diagnóstico, início da luta

Em abril de 2008 a aposentada Célia Cândida de Souza, 72 anos, ao realizar um exame de rotina, colonoscopia, descobriu que estava com câncer no colo do intestino e que deveria se operada às pressas. “No momento não tive medo, apenas perguntei se havia se espalhado pelo meu corpo. Segundo o médico, só após me abrir é que poderia responder. Eu tinha a minha paz e esperei tranqüila até o dia da cirurgia”.
Com a gerente Maria Raimunda de Souza, 57 anos, não foi diferente. Em outubro de 2008, ao fazer check-up ginecológico, foram encontrados alguns nódulos em sua mama esquerda e, imediatamente, ela foi encaminhada para realização de exames mais detalhados. “Fiquei com muito medo, chorei muito. Eu não sabia o que poderia acontecer comigo.”

De acordo com a ginecologista Maria Aparecida Fagundes Porto, há alguns anos o câncer de mama era mais comum em mulheres entre 40 e 50 anos, justamente no período da pré-menopausa e menopausa. Atualmente, certamente em virtude de fatores ambientais e do tipo de vida que se leva, o número de casos está subindo.
Porto esclarece que a partir do diagnóstico preliminar, ou seja, um estudo mais detalhado através da ultra-sonografia e outros métodos pode haver necessidade de uma biopsia, que é a retirada de um pequeno tecido da região afetada para que seja certificado o diagnóstico. Após essa análise será verificado qual o tipo de câncer, e a partir daí, é escolhido o melhor método para o tratamento.
Raimunda Souza realizou vários exames, entre eles a mamografia, que confirmou a suspeita do médico. “Quando ouvi que estava com câncer senti que havia perdido o chão. Pensei em meus filhos e netos e como seria a reação deles. Senti que era o fim.”
Porto explica as formas de diagnósticos; “Existe o câncer de achado casual, que pode ser encontrado através de exames de rotina, e no caso da pessoa já ter algum nódulo ou reação física aparente o paciente é encaminhado para realização de exames específicos”.

O tratamento, busca da paz

Em 16 de abril de 2008 Célia Cândida se interna para a cirurgia que iria determinar o qual seria o tratamento específico para seu tipo de câncer. “Quando me internei para a cirurgia, eu estava tranqüila a minha paz estava dentro de mim. Naquele momento a minha maior preocupação era saber se havia se espalhado, e se tivesse, eu já sabia que meu destino seria o caixão”.
Raimunda se internou em 15 de dezembro de 2008 para realização da cirurgia de retirada dos tumores e reconstrução da mama. “Minha maior preocupação era se eu teria minha mama intacta. Se eu iria perder meu cabelo. Muitos pensamentos me perturbaram e entreguei a Deus, pois sabia que era preciso ter tranqüilidade para superar o problema.”

A forma de tratamento vai de acordo com o tipo histológico do câncer, que é o exame microscópico do local afetado, dependendo do tipo pode-se precisar fazer uma radioterapia ou quimioterapia, antes ou após a retirada do tumor, afirma a médica Aparecida Porto.
Depois da cirurgia Célia teve que fazer sessões de quimioterapia para evitar a propagação do câncer em seu organismo. “No começo senti náuseas, vômito, dores de cabeça. Com o passar dos meses, às vezes me sentia bem, outras vezes me sentia mal. Cheguei a ter sangramento nas fezes e os médicos me disseram que isso era normal. Continuei firme e tranquila”.
No caso de Raimunda foi preciso aliar o tratamento de quimioterapia ao de radioterapia, sendo iniciada as sessões uma semana após a cirurgia. Em fevereiro de 2009, Raimunda decidiu viajar com sua neta para a praia, foi quando seus cabelos começaram a cair. “Estávamos na praia e resolvi pentear o cabelo. Ao passar o pente, tufos do meu cabelo saiam em minhas mãos. Minha netinha olhou assustada e me disse para ficar bem, porque papai do céu ia me curar e eu ficaria boa. Vi nos olhinhos dela uma paz que tomou conta de mim naquele momento.”
A doutora Aparecida Porto explica que a radioterapia é um tratamento através de ondas de rádio, diretamente no local afetado para evitar que o tumor volte ou que ele cresça. Este tratamento causa perda de pêlos e sensibilidade na área da aplicação. Já a quimioterapia é o uso de medicamentos extremamente potentes, sendo mais utilizada quando há possibilidade de metástase, ou seja, que o câncer se alastre pelo corpo. A quimioterapia pode ser iniciada antes ou após a operação.

A cura, estado de paz.

Hoje Célia leva uma vida normal, mas, mensalmente volta aos médicos para verificar se a doença evoluiu. “Os próprios médicos ficaram encabulados com a minha paz. Pedi muito aos meus santos de devoção, e hoje, ainda estou em tratamento, mais sei que fui e estou curada”, diz Célia.
“É preciso salientar que o paciente precisa ter uma equipe multidisciplinar com o acompanhamento de um clínico, um mastologista, em caso do câncer da mama, um gastroenterologista no caso do câncer no estômago ou intestino, um oncologista e, em alguns casos, de um psicólogo. Sendo que o tratamento psicológico, a meu ver, deveria ser também para a família”, afirma a médica.
Raimunda permanece em tratamento. Duas vezes por semana se submete às sessões de quimioterapia e a cada quinze dias a sessões de radioterapia. “Sempre evito me olhar no espelho, pois todas as vezes que me vejo, fico em choque. Não tenho mais meus cabelos, minha sobrancelha não tem mais pêlos. Perdi minha feminilidade, mas encontrei minha fé”.
A doutora Aparecida Porto acredita ser possível ter paz durante um processo doloroso como este e que a paz vem da essência de cada um. “Tem gente que não possui nenhuma doença e não tem paz. A paz é possível, e às vezes, só a alcançamos durante a turbulência, mas é uma grande conquista”, diz a doutora.

Transmitindo paz

A Ong Doutores da Alegria realiza há mais de dez anos o trabalho de levar alegria a crianças hospitalizadas, a seus pais e a profissionais de saúde através da arte do palhaço.
O grupo de atores atua em quatro cidades brasileiras; São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro, e realiza cerca de 75 mil visitas por ano. A missão é levar alegria principalmente às crianças vítimas do câncer através de brincadeiras e amor.
Para saber mais sobre o trabalho dos Doutores da Alegria acesse o site
http://www.doutoresdaalegria.com.br/

Um comentário:

  1. Tema: HOSPITAL
    Adequação à Pauta (5): 4
    Abordagem (5): 5
    Adequação à Norma Culta (5): 2
    Copy do outro texto: ESCOLA (10): 8
    Observações
    -Colocar PACE em itálico;
    -Evitem a primeira pessoa: “lutamos uns com os outros”;
    -Evitem artigos antes de possessivos: é redundante;
    -Repensem o “nariz de cera” com o qual começaram a reportagem;
    -Pontuação: “através da mamografia, é possível”;
    -Seria bom haver uma vírgula depois desse adjunto no começo da frase: “Em abril de 2008, a aposentada”;
    -Revisão: “colo do intestino e que deveria SER operada às pressas”;
    -Já mudou: “tranqüila”;
    -E a legenda da foto?;
    -Corrijam pontuação e falta de preposições: “Porto esclarece que, a partir do diagnóstico preliminar, ou seja, DE um estudo mais detalhado através da ultra-sonografia e DE outros métodos, pode haver necessidade de uma biopsia, que é a retirada de um pequeno tecido da região afetada para que o diagnóstico seja certificado”;
    -Tempo verbal e pontuação: “Em 16 de abril de 2008, Célia Cândida se INTERNOU para a cirurgia que”;
    -Trema e pontuação: “eu estava tranqüila, a minha paz estava dentro de mim”;
    -Onde estão as aspas da primeira fala da médica Aparecida Porto?;
    -Vejam bem: as SESSÕES foram INICIADAS;
    -Acentuação: SAÍAM;
    -Evitem o uso exagerado de gerúndio, sobretudo do verbo ser. Vejam como fica melhor: “Já a quimioterapia é o uso de medicamentos extremamente potentes. ELA É mais utilizada quando há possibilidade de metástase”;
    -Refaçam a frase com “mais calma”: “É preciso salientar que o paciente precisa ter uma equipe multidisciplinar com o acompanhamento de um clínico, um mastologista, em caso do câncer da mama, um gastroenterologista no caso do câncer no estômago ou intestino, um oncologista e, em alguns casos, de um psicólogo”;
    -Mais uma vez: evitem o tal do SENDO;
    -Colocar DOUTORES DA ALEGRIA entre aspas;
    -Evitem a redundância: “atores atua”;
    -Pontuação e aspas: “Para saber mais sobre o trabalho dos ‘Doutores da Alegria’, acesse o site...”
    Nota Total (25): 19

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