terça-feira, 5 de maio de 2009

Paz no Funk

Henrique Frederico
Fabrício Calazans
Israel Campos
Funk pede paz

Estilo musical não é bem visto na sociedade, no entanto, os funkeiros querem mudar essa situação

O Funk carioca, diferentemente do norte-americano, é um tipo de música eletrônica originado nas favelas do Rio de Janeiro, surgido na década de 1980. No entanto, para a maioria das pessoas, este estilo musical é associado ao crime organizado, ao apelo sexual e à violência. Os funkeiros procuram dissociar essa imagem. Porém, não é fácil.

De acordo com professor de História e pesquisador da UFRJ, Micael Herschmann, em um artigo sobre “A imagem das galeras Funk na imprensa”, o estilo musical é importante, pois proporciona aos jovens uma nova forma de representação social que lhes permitem expressar seu descontentamento e insatisfação. Herschmann não acredita que as letras de música que citam a violência possam influenciar nas atitudes dos jovens que as escutam.

Existem dois tipos de Funk cariocas: o Proibidão e o próprio Funk. O Proibidão tem letras que fazem apologia ao uso de drogas e de enfretamento à polícia, enquanto que Funk original não é associado ao crime e tem as letras mais moderadas. A professora carioca, Karla de Oliveira Santos, 23 anos, gosta de Funk, no entanto, ela recrimina o Proibidão, que, segundo ela, está invadindo as favelas cariocas. “No Proibidão tem muitas meninas com roupas indecentes e os homens têm sempre a mesma característica: boné de aba reta, camisa listrada. No Funk do morro, também há muitos jovens da alta sociedade que vão para a favela em busca de drogas”.

Entretanto, ela costuma ir em casa de shows que tocam o Funk original. “Eu gosto muito de Funk e costumo ir a locais onde tocam música mais romântica. Para dançar, não há nada melhor que o Funk”.


Confira as diferenças entre o Funk e o Proibidão:


Há várias diferenças entre o Funk original e o Proibidão. Confira nos vídeos abaixo:

Versão Proibidão:

http://www.youtube.com/watch?v=1TY4ep9_2dw

Versão Funk:

http://www.youtube.com/watch?v=HRDQn3n8pkc&feature=related



Preocupação com a paz

Foto: Arquivo pessoal









Galera que curte o Mc Marcinho

O jovem Bruno Bourquim Peixoto, de 16 anos, diz que começou a gostar de Funk a partir de 2003. Naquela época, os expoentes da música eram os Mcs Marcinho, Renatinho, Alemão, Cidinho e Doca. No entanto, ele passou a aderir o Funk quando conheceu o estilo Proibidão.

A mudança foi tanta que Bruno Peixoto passou a se autodenominar MC Bruninho e começou a compor músicas. Ele também não concorda com a associação do funk com violência. “Cada Mc tem o seu foco. Uns gostam do estilo melódico, outros de música apaixonada. Têm aqueles que suas letras possuem apelo sexual e de apologia ao crime. Entretanto, isso vai de cada Mc.”.

Segundo ele, os Mcs estão preocupados em dissociar o funk e a violência. “A paz sempre prevalece nos bailes. E, para que todos possam curtir um bom som, os mcs, no início dos shows, falam para não ter brigas e nem confusão. Muitas vezes a sociedade pensa que o funkeiro é criminoso, mas, na verdade, ele apenas retrata a verdadeira cara do mundo de uma forma diferente”.

Fonte: UFRJ\Divulgação







O professor e pesquisador Micael Herschmann tem vários estudos sobre o Funk


Sociólogo faz um raio-x do Funk

Como qualquer animal, o ser-humano também tem instintos violentos contra sua própria raça. O conflito de território, a superioridade de sua identidade diante do outro, a necessidade de se impor socialmente é uma das características que o jovem da cultura Funk se encontra. O sociólogo, Oscar Dutra, pesquisador da PUC - Minas, conta que a músicas inspira os anseios sociais e acompanha o homem desde os primórdios. “Os jovens de hoje não são exceções desse processo histórico, no qual a música é um fator estimulante à vida”.

Segundo ele, o Funk virou inimigo número um da sociedade quando conquistou a juventude. Ao se transformar em modismo, os setores conservadores da sociedade se apavoram e reagem, acredita Dutra. "No momento em que o Funk ganha a cena e é demonizado pela mídia, os jovens aparecem como os grandes inimigos da sociedade", diz.

De acordo com Dutra, a classe média tomou o Funk como um porta-voz do tráfico, nas décadas de 90 e 2000, quando deveria usá-lo como um canal para chegar aos segmentos sociais mais pobres e passar uma mensagem pedagógica. Todavia, Dutra acredita que o Funk espelha uma realidade muito dura e funciona como crítica social, mostrando o quanto é difícil para estas pessoas aderirem ao mercado de trabalho.


Baixe a música “Era só mais um Silva” que pede paz nos bailes Funk:

http://www.4shared.com/file/44989819/255c2542/RAP_DO_SILVA__Original_.html?s=1


Letra de "Era só mais um Silva


Todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vai para o baile dançar
Esquecer os atritos, deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando o DJ detonar(Solta o Rap DJ)

Era só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família

Era um domingo de sol, ele saiu de manhã
Pra jogar seu futebol, deu uma rosa para irmã
Deu um beijo nas crianças, prometeu não demorar
Falou para sua esposa que ia vim para almoçar


Porque Era só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um SilvaQue a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família



Era trabalhador, pegava um trem lotado
Tinha boa vizinhança, era considerado
E todo mundo dizia que era um cara maneiro
Outros o criticavam porque ele era funkeiro
O funk não é modismo, é uma necessidade
E pra calar os gemidos que existem nesta cidade
Todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vai para o baile dançar
Esquecer os atritos deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando o DJ detonar


Mas Era só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família


E anoitecia, ele se preparava
E pra curtir o seu baile que em suas veias rolavam
Foi com a melhor camisa, tênis que comprou suado
E bem antes da hora, ele já estava arrumado
Se reuniu com a galera, pegou o bonde lotado
Os seus olhos brilhavam, ele estava animado
Sua alegria era tanta ao ver que tinha chegado
Foi o primeiro a descer e por alguns foi saudado
Mas naquela triste esquina um sujeito apareceu
Com a cara amarrada, sua mão estava um breu
Carregava um ferro em uma de suas mãos
Apertou o gatilho sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo que foi pro baile curtir
Hoje com sua família ele não irá dormir


Porque Era só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família


Naquela triste esquina um sujeito apareceu
Com a cara amarrada, sua mão estava um breu
Carregava um ferro em uma de suas mãos
Apertou o gatilho sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo que foi pro baile curtir
Hoje com sua família ele não irá dormir


Mas só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um SilvaQue a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
Era só mais um SilvaQue a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família
É só mais um Silva
Que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mas era pai de família









Um comentário:

  1. Tema: FUNK
    Adequação à Pauta (5): 5
    Abordagem (5): 5
    Adequação à Norma Culta (5): 3
    Copy do outro texto: RELIGIÕES (10): 7
    Observações
    -Procurem simplificar: “surgido na década de 1980” = “em 1980”;
    -Entre o ponto final de uma frase e a maiúscula da outra deve haver um espaço;
    -Preferir “no artigo...” a “em um artigo sobre...”;
    -Concordância: “forma que lhes permitem”;
    -“Funk cariocas” ou “funks cariocas”?;
    -Faltou o artigo em “enquanto que (o) Funk original não é associado”;
    -Prefiram “casas de shows”;
    -Concordância: “tocam (toca) música mais romântica”;
    -Regência: “aderir (a)o funk”;
    -Pra que dois pontos finais? (Mc.”.);
    -Dissociar o funk ‘da’ violência;
    -Olha a grafia: MCs;
    -Concordância de número: “O conflito de território, a superioridade de sua identidade diante do outro, a necessidade de se impor socialmente é uma das características...” Mudem para “são características”;
    -Refazer, em função da falta de sentido: “que o jovem da cultura Funk se encontra”;
    -Tirar a vírgula de depois do “sociólogo” (risos);
    -Concordância: “a músicas”;
    -Aqui, prefira “nos anos 1990” a décadas de 90...”;
    -Checar com a atenção a letra do funk citado.
    Nota Total (25): 20

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